segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A distração mora ao lado.....






A Internet atrai cada vez mais
"desfocados digitais".



Dificuldade com tarefas lineares pode ser prejudicial.

Você tem dificuldades para manter o foco numa tarefa quando está navegando na internet? Distrai-se com facilidade pulando de site em site? Senta-se diante do computador para resolver algo na internet que demoraria no máximo dez minutos e acaba ficando duas ou três horas on-line porque não consegue trabalhar de forma linear na web? Não se assuste: tem um monte de gente assim pelo mundo, de todas as idades, perfis e níveis sociais.
— Aconteceu outro dia comigo. Liguei o computador às 9h para enviar e-mail para um serralheiro, mas comecei a divergir desse rumo, só me lembrando da minha tarefa inicial lá pelas 15h — conta o fotógrafo Pedro Mac, de 50 anos. — Naquele dia tinha dois browsers abertos, 15 abas em um e duas abas no outro. Acompanhava o noticiário da grande imprensa, vibrava com os protestos iniciados com o movimento Ocupem Wall Street nos sites de informação alternativa, navegava em sites de venda de veículos e mantinha um olho no programa de e-mail, verificando as mensagens postadas nas listas de discussão que assino. Esporadicamente, postava em algumas delas.
Este é o perfil típico do "desfocado digital", dono de um comportamento que pode ser bastante prejudicial. Em casos assim, trabalhar por conta própria às vezes pode ser ainda mais arriscado.
— Como sou profissional liberal e não tenho que prestar contas a ninguém, acabo sendo muitíssimo menos produtivo na prospecção de clientes, atualização de portfólio e outras coisas que eu não curto fazer — admite Pedro Mac. — Se eu fosse mais focado e disciplinado com as coisas de trabalho, teria um rendimento profissional muitíssimo melhor nesses aspectos, sem dúvida alguma.
Conta de telefone foi paga um mês depois
O comportamento de Mac segue um padrão clássico. Ele se distrai com qualquer coisa que lhe apareça pela frente e que seja mais prazerosa do que a atividade que desempenhada num dado momento. Mas a reação costuma ser de frustração:
— Volta e meia, fico meio fulo da vida pelo dia ter passado e eu não ter feito nada daquilo a que tinha me proposto a fazer no computador.
Em muitos casos, os problemas com distração digital atormentam o usuário há anos. É o caso do arquiteto de soluções em TI Diego Magalhães, de 26 anos.
— Essa coisa da distração diante do computador acontece comigo desde minha adolescência, sempre passando muitas noites acordado em jogos, chat e navegação na internet. Já tive vários problemas de relacionamento por não controlar o tempo perdido no computador.
O comportamento fora de foco nunca afetou, no entanto, a vida profissional de Magalhães, que, por trabalhar em TI e ter que passar um bom tempo na internet pesquisando e ajudando os outros, nunca gerou problemas ou atrasos. Mas ele já passou por alguns apertos.
— Lembro-me de sentar à máquina para pagar a conta do telefone on-line, navegar durante umas três ou quatro horas a esmo e lembrar só no mês seguinte que a conta não havia sido paga.
É comum usuários relatando empilhamento de tarefas em vários níveis, o que dificulta o "desempilhamento", quando decidem prosseguir na incumbência original.
— Cada vez com mais frequência me dou conta que às vezes estou no quarto ou quinto nível de assuntos encadeados, retratados pela quantidade de abas abertas no navegador e pelos assuntos inacabados — diz Paulo Lima, de 49 anos, analista de sistema SAP, vítima da máxima "tudo pode piorar". — Mas isso não era nada até que comprei um iPhone. Meu foco foi para o brejo de vez.
Lima conta que o que mais lhe distrai é fazer downloads de qualquer coisa que seja nova: filmes, músicas, aplicativos, jogos.
— E pior é que normalmente nem utilizo esses materiais que baixo da rede, apenas tenho o prazer de obtê-los antes dos amigos. E nunca me senti culpado por isso. Aliás, sinto até muito prazer com essa variedade toda. Sinto-me preenchido, digamos. E nem quero escapar disso que às vezes chamam de distúrbio comportamental. Eu adoro esse hábito. Para mim, não é um problema.
Para alguns, ouvir música alta é um modo de obter alguma linearidade em suas atividades. É o caso do analista de sistemas Marcos Mathias, de 32 anos.
— Trabalho com desenvolvimento de software e, em meu emprego anterior, recebi diversas chamadas e advertências formais devido à perda do foco. Hoje estou aprendendo a lidar com a situação. Quando um assunto ou tarefa exige muita atenção, coloco uma música, desligo MSN, fecho janela do Facebook, do Twitter e foco na tarefa. Mas sem a música eu acabo sempre me desconcentrando e voltando a perder o foco da atividade. Tarefas que normalmente levariam minutos acabam levando horas.
Ele reclama que, apesar de Facebook e Twitter serem ferramentas muito úteis, seu modo de funcionamento em tempo real, avisando sobre o que está acontecendo e o que foi atualizado, vira um motivo de distração.
Para Mathias, seu problema é de família. Ele acredita que sofre do chamado DDA (distúrbio de déficit de atenção), mas nunca foi examinado.
— Meu filho mais velho já foi diagnosticado e recebe tratamento para se focar nas atividades da escola. Os médicos disseram que pode ser genético e que, por ser um distúrbio mais bem conhecido hoje do que antigamente, poucos adultos são diagnosticados como portadores. E os que são não precisam muito de tratamento, pois aprendem a conviver com o distúrbio. Acredito que seja meu caso.
Sua dificuldade de concentração vai além do computador: nunca foi capaz de ler um livro não-técnico, apesar de várias vezes ter tentado. Diante desse quadro, já pensa em procurar ajuda médica. Mas não usará o computador para isso...
por Carlos A.Teixeira

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O nosso Cérebro também tem ‘MELHOR IDADE"


Estudos indicam que, depois dos 40, lapsos de memória são compensados com maior habilidade em tarefas específicas

Quanto mais velho, melhor. A afirmação não se refere a algum tipo de bebida que, eventualmente, ganhe em qualidade conforme o passar dos anos em tonéis. Trata-se do cérebro humano. Diferentemente do que se imagina, a mente ganha maior competência para resolver problemas complexos a partir dos 40 anos, indicam estudos divulgados recentemente nos Estados Unidos.

Apesar de lapsos de memória ocorrerem mais frequentemente, maior distração ou pequenos esquecimentos como onde deixamos as chaves ou o nome de alguém conhecido, o cérebro se torna mais talentoso conforme envelhecemos.

Além da pesquisa estrangeira, exemplos bem próximos comprovam que, de fato, nosso cérebro fica mais treinado após os 40. “Antigamente, quando a pessoa atingia a fase próxima aos 50 anos, a tendência era de se fechar. Atualmente, e isso ocorre com mais frequência a partir dos anos 1990, as pessoas de meia e terceira idade buscam envolver-se em atividades, ainda mais as prazerosas”, observa a psicóloga Gislaine Audi Fantini, coordenadora do projeto Universidade Aberta à Terceira Idade (UATI) pela Universidade Sagrado Coração (USC).

Segundo ela, a tendência pela busca por atividades lúdicas e de entretenimento mostra que a população de meia e terceira idade, além de ter aumentado, quer qualidade de vida. Isso, consequentemente, acredita a psicóloga, serve de incentivo para o envolvimento tanto social quanto cultural com “treinamento” da mente, assim mais habilidosa.

Quem atesta o argumento é o professor aposentado Vitório Derganuti Assi. Aos 67 anos, ele coleciona quatro diplomas, três deles universitários. Ele apenas aguarda a retomada das aulas de espanhol na UATI para, em breve, adicionar mais um canudo à coleção.

Porém, ensina Vitório, não basta esperar o tempo passar. Para que nossa cabeça fique afiada, é preciso treinamento. “Só fica bem quem procura a habilidade. Quem não treina, fica na saudade”, decreta. “O cérebro gosta de ser provocado, a mente precisa de atividades”, salienta.

Colega de Vitório na UATI, a também professora aposentada Marisa Maria Pereira de Paiva, de 65 anos, encara o desafio de estudar alemão. “O idioma é mais difícil, até para quem tem noção de inglês”, diferencia.

Além de se considerar mais habilidosa nos estudos e em outras atividades Marisa diz que, além do “efeito tempo”, a atual condição de vida, de boa parte dos idosos, permite que eles busquem o aperfeiçoamento pessoal, diferentemente de outros tempos, em que as atenções eram voltadas exclusivamente ao bem estar da família.

“Sem a preocupação exclusiva com os filhos ou a casa é mais fácil você se organizar e buscar novos objetivos, ao contrário de antes, quando a preocupação era o trabalho e o sustento da casa”, compara Marisa, que brinca com o suposto esquecimento comum aos mais experientes. “Para falar a verdade, a memória falhava mais antes”, descontrai.

“Sou mais objetiva, lembro agora das coisas melhor do que antes”, diferencia. “Isso também é fruto da habilidade, depois que a gente treina mais”, atribui. Aposentada há 14 anos, ela se diz pronta para o desafio de seguir com as aulas do novo idioma, considerado de difícil aprendizado. “Escolhi justamente porque o alemão era ‘grego’ para mim”, brinca. “Vou tentar descobrir como funciona a gramática”, vislumbra.

Pesquisas

Os novos estudos sobre a Melhor Idade do Cérebro foram reunidos num livro, publicado pela jornalista norte-americana Bárbara Strauch, editora de ciência do jornal “The New York Times”.
Conforme a obra, intitulada “O Melhor Cérebro da Sua Vida”, as pequenas perdas, como a dificuldade maior em aprender novas tecnologias, são compensadas com habilidade em ações pontuais.


Uma pesquisa da também norte-americana Universidade de Stanford, feita com 118 pilotos de avião com idades entre 40 e 69 , mostrou que os mais velhos foram mais eficientes para evitar colisões em testes realizados em simuladores de voos. Ainda de acordo com as pesquisas reunidas pela jornalista, estudos de memorização de palavras indicaram que os jovens adultos usam apenas a parte interna do lobo frontal para o resgate de expressões. Os mais velhos utilizam ambos na busca por palavras.

Para a coordenadora do projeto mantido em Bauru, onde alunos com mais de 50 anos podem cursar, na condição de ouvintes, diversas disciplinas de graduação bem como atividades específicas (como informática, história, teatro ou línguas), há uma nova visão sobre a chamada melhor idade, mais habilidosa e perspicaz. “Envelhecer está na moda”, conceitua Gislaine.

Sem crise

A adesão a atividades, sejam culturais ou de mero entretenimento, também propicia ganhos sociais aos participantes, enfatiza a psicóloga. Esse é outro quesito que vai ao encontro das pesquisas divulgadas recentemente no Exterior. Ou seja, a visão de declínio ou depressão conforme o passar dos anos, cada vez mais é deixada para trás, fazendo da chamada “crise da meia idade”, um mito. Para quem se mantém saudável, obviamente, a meia idade (hoje compreendida dos 40 aos 68 anos, pode ser um dos períodos mais ricos e proveitosos da vida, defende a autora. Além disso, acentua a jornalista norte-americana, caso a memória ainda teime em falhar, outra ferramenta, também cada vez mais acessada pelas faixas de meia e terceira idade, pode ser requisitada sempre.
“Temos sorte: se não conseguirmos lembrar de alguma coisa, é só dar um Google”, descontrai.
Por Luiz Beltramin

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A superficialidade da inteligência - The Shallows

Nicholas Carr escreveu um livro ímpar, uma obra-prima sobre uma revolução tecnológica, cultural e biológica que nos deixa cada vez mais distantes dos... livros. Este aparente paradoxo resume grosseiramente o conjunto de idéias mais perturbador com que tive contato nos últimos tempos.

Carr vem discutindo a forma como a Internet e sua ubiquidade vêm transformando não só a maneira como vemos o mundo, mas também nossos relacionamentos e, em última instância, nossos cérebros.

...ele Comenta:

A acelerada dinâmica da Internet promove, paulatinamente, o estilhaçamento da nossa atenção, comprometendo-a não apenas enquanto estamos online. A outrora agradável leitura de um livro tornou-se, para muitos, um impossível exercício de concentração. Quando perde-se o foco, vai-se também a capacidade de raciocinar de forma coerente e criativa. A festejada plasticidade neuronal representa, então, uma via de duas mãos, pois os maus hábitos podem ser incorporados tão facilmente quanto os bons.

Esta nova relação com o texto escrito parece não chamar a atenção porque as mudanças foram sutis e graduais. Além disso, procuramos prestar atenção apenas no que lemos - e não na forma como lemos. Mas as publicações de hoje têm mais fotos e menos textos. Quantas páginas de um livro você consegue ler de uma vez? Aliás, você ainda lê livros*? E quando foi a última vez que escreveu um texto no papel, sem um editor de textos? Foi fácil?

Claro que a evolução da tecnologia traz também enormes benefícios, como mais acesso a um número maior de obras. Outra vantagem apontada por Carr é que com a possibilidade de constantemente revisar e editar sua obra, o autor não tem mais a pressão de escrever um texto perfeito logo na primeira tentativa.

Nada disso vale, contudo, se ninguém quiser ler. Se ninguém tiver paciência para chegar até o final de um texto que precise de mais de dois Page Downs. Ou se o autor - que também é leitor - não conseguir sair da superficialidade em que todos parecem estar se afogando.

Eu, concordo plenamente!! Abraços,

SoniaCorujo by Dinamicaleitura

sábado, 23 de julho de 2011

A internet pode ser um perigo para a memória??!!



A facilidade com que se encontram informações na internet estão transformando nossa memória e a forma como processamos o conhecimento.

Revista Veja - por Alexandre Salvador e Filipe Vilicic


A intemet produziu transformações es-petaculares nas sociedades na última década, mas a mais profunda delas só agora começa a ser estudada pela ciência. A facilidade e a rapidez com que se encontram informações na rede, sobre qualquer assunto e a qualquer hora, podem estar alterando os processos de cognição do cérebro. Até a popularízação da web, as principais fontes de conhecimento com que todos contavam eram os li¬vros e, evidentemente, a própria memória do que se aprende ao longo da vida. A internet mudou esse pa¬norama: a leitura em profundidadefoi substituida peIa massa de informações, em sua maioria superficiais, oferecidas pelos sites de busca, blogs e redes de rela¬cionamento. A memória, por sua vez, perdeu relevân¬cia - para que puxar pela cabeça para se lembrar de um fato ou do nome de uma pessoa se essas informa¬ções estão prontamente disponíveis no Google, a dois toques do mouse? Quanto mais dependemos dos sites de busca para adquirir ou relembrar conhecimentos, mais nosso cérebro se parece com um computador obsoleto que necessita de uma memória mais potente.
Um dos estudos mais completos so¬bre essa mudança determinada pela in¬ternet na forma como assimilamos e pro¬cessamos conhecimento foi divulgado na semana passada. Conduzido pela psi¬cóloga Betsy Sparrow, da Universidade Columbia, e por outros dois colegas, ele mostra que a memória processada pelos 100 bilhões de neurônios do cérebro está se adaptando rapidamente à era da infor¬mação imediata. Hoje, diz uma das con¬clusões da pesquisa, nós nos preocupa¬mos menos em reter informações porque sabemos que elas estarão disponíveis na intemet. Em lugar de guardar conheci¬mentos, preferimos guardar o local na rede onde eles estão disponíveis. A inter¬net se tornou uma memória externa, o que faz com que as informações sejam armazenadas não mais no nosso cérebro, mas coletivamente. "Desenvolvemos uma relação de simbiose com as ferra¬mentas de nosso computador, da mesma forma que com as pessoas de nossa fa-mília", disse Betsy Sparrow a VEJA.
Na frase genial do cientista brasilei¬ro Miguel Nicolelis, "o cérebro é uma orquestra sinfônica em que os instru¬mentos vão se modificando à medida que são tocados". Dificilmente alguém conseguirá explicar essa plasticidade com uma imagem mais exata e intrigan¬te. Imagine-se um violino cerebral que, tocado de forma medíocre por anos a fio, vai se transformando aos poucos em um berimbau. Ou um piano marrelado por um músico de uma nota só que, ao fim e ao cabo, vira um bumbo. A lição básica de Nicolelis é que o cérebro pre¬cisa de impulsos para se desenvolver¬ quanto mais variados, complexos, har¬mônicos e desafiadores eles forem, mais humanamente melhor o cérebro se tor¬nará. Essa. corrida para a perfeição não se completa nunca. Por definição. Quan¬to mais o cérebro se modifica pela quali¬dade dos impulsos que recebe, melhor e mais eficiente ele se toma, o que aumen¬ta sua prontidão para processar infor¬mações ainda mais intrincadas. Portan¬to, o cérebro é uma estrutura que apre¬cia desafios e se transforma com eles. Facilitar sua atividade pode, como mos¬tra o estudo da pesquisadora Sparrow, torná-Io mais preguiçoso e menos ávido por se aperfeiçoar. Sparrow se debruçou mais sobre os efeitos na atividade cogni¬riva da facilidade que a internet oferece a seus usuários de encontrar praticamen¬te qualquer informação histórica, cientí¬fica ou literária já produzida pela huma¬nidade e estocada de forma digital. Essa memória acessória externa descomunal em prontidão permanente e de fácil aces¬so é algo inédito na caminhada evolutiva do cérebro humano. Ela oferece um conforto tal que nenhuma geração pas¬sada teve nesse mesmo volume e rique¬za de informações. Sparrow se pergunta - mas não responde totalmente na pesquisa que acabou de publicar - que ti¬po de efeito sobre a plasticidade do cére¬bro a internet, e mais precisamente os mecanismos de buscas como o Google, pode exercer. Seria um efeito equivalen¬te ao que tem para os músculos de um atleta ele deitar-se em um sofá com uma lata de refrigerante na mão e os olhos pregados na televisão? Ou, de outra for¬ma, a facilidade de estocagem e recupe¬ração de virtualmente qualquer tipo de informação pode, com o passar do tem¬po, atrofiar os instrumentos da orquestra cerebral humana especializados na bus¬ca e seleção de informações? Sem saber, talvez, Betsy Sparrow abriu uma linha nova de investigação cientifica que tem um grande futuro pela frente.
A pesquisa foi conduzida em quatro etapas, com alunos das universidades Harvard e Colúmbia. Os panicipantes tiveram de memorizar afirmações tri¬viais, daquelas tipicamente encontradas no Google, Os alunos informados de
que não teriam um novo acesso às infor¬mações conseguiram memorizá-Ias em maior número do que o grupo que sabia que as frases estariam na internet. Se¬gundo os autores do estudo, isso mostra que, quando as pessoas sabem que terão acesso fácil a uma informação, não se preocupam em memorizá-la.
A pesquisa de Sparrow levanta entre muitos cientistas e educadores o temor de que estejamos nos transformando em ter¬minais de informações, e não em agentes capazes de processar conhecimento por meio da memória e do raciocínio. A neu¬rocientista Maryanne Wolf, diretora do Centro de Pesquisas de Leitura e Lingua¬gem da Universidade Tufis, de Boston, trabalha com o desenvolvimento da leitu¬ra em crianças. Segundo ela, o cérebro é capaz de se adaptar e formar sinapses en¬tre os neurônios de acordo com o tipo de leitura que se faz. Em seu livro Proust and lhe Squid: The Story ano Science of lhe Reading Brain (Proust e a Lula: a História e Ciência do Cérebro que Lê), Maryanne demonstra preocupação em como a leitura tem se desenvolvido. Ela diz: "Livros sempre foram uma forma de se aventurar além das palavras, trabalhar a imaginação e crescer intelectualmente. Porém, na era da internet, passou-se a ler rapidamente, sem análise nem crítica. Co¬mo consequência, o cérebro começou a ter dificuldades na hora de ler com con¬centração". 'Na sua conclusão. os jovens estão desenvolvendo menos as conexões de seus neurônios.
Um estudo feito pela University Col¬lege London mostrou que, mesmo no ambiente acadêmico, o estilo Google de assimilar conhecimento se disseminou. O estudo mapeou os hábitos dos usuá¬rios de dois sites com grande audiência entre universitários: o da British Library e o de uma associação de instituições de ensino inglesas. Os endereços dão aces¬so a e-books, artigos e pesquisas. O estu¬do mostrou que a maioria dos frequenta¬dores dos sites acessava muitos itens do conteúdo, mas apenas uma ou duas pági¬nas de cada um deles. O padrão era pular rapidamente de um artigo ou um livro para outro, o que constitui o que os pes-quisadores chamaram de power brow¬sing - em português, "navegação mecâ¬nica". "As pesquisas mostram que nossa vida on-line é capaz de afetar a neuro¬química de nosso cérebro", disse a VEJA a psicóloga americana Sherry Turkle, professora de estudos sociais e ciência da tecnologia do Instituto de Tecnologia de Massachusens. Os céticos das teorias de que a intemet está mudando radical¬mente o cérebro humano sustentam que a história está cheia de exemplos de no¬vas tecnologias que foram recebidas com uma desconfiança que, posteriormente, se mostrou infundada. Na Grécia Antiga, Sócrates lamentou a popularização da escrita. Ele defendia a tese de que a subs¬tituição do conhecimento acumulado no cérebro pela palavra escrita tornaria a mente preguiçosa e prejudicaria a me¬mória. O advento da imprensa de Guten¬berg, no século XV, suscitou prognósti¬cos de que a facilidade de acesso aos li¬vros promoveria a preguiça intelectual. Pode ser que esses paralelos sejam cor¬retos e tranquilizadores. Tanto a escrita quanto a imprensa potencializaram a ca-pacidade cognitiva humana, especial¬mente pela facilidade na troca de infor¬mações entre mais gente. Talvez a sal¬vação de nossa orquestra cerebral nos tempos da internetvenha pelo mesmo caminho: a intensa troca de conheci-mento e experiências.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

TEXTO DA SEMANA: Mural do Mundo

Por Ana Flávia Corujo
http://anaflaviacorujo.blogspot.com/


Até que ponto a exposição de nossas vidas na internet é bom, ruim ou importante para nós? Até que ponto participar, interagir e compartilhar das redes sociais nos faz pessoas melhores e felizes?
Nossas vidas tornaram-se um mural do mundo. Críticas a parte ao excesso de exposição, ou a nova moda, a carência cibernética... acredito que fazer parte desse enorme mural, nos faz pessoas mais realizadoras e quem sabe até mais felizes. Até porque muito de nossa exposição é a gente que faz.
A necessidade move o homem, o marketing e a competição também. Hoje ninguém quer ser um “loser cibernético”, ou um “Zé ninguém do mundo virtual”. Vivemos numa nova sociedade, aliás, não mais tão nova assim, chamada - sociedade virtual. Na época de nossos pais, as pessoas não se encontravam nessa “tal internet”; e agora até nossos bichinhos de estimação já tem suas próprias redes sociais.
Não tem mais jeito, estamos conectados uns aos outros. Temos sim uma vida social na internet e nosso “pedigree” esta listado no Google. A internet virou nosso cartão de visitas, ou “queimação de visitas” e querendo ou não ela inconscientemente vira um catalisador para muitas realizações nossas.
Por exemplo, se fizermos uma busca de nosso nome no Google e não aparecer qualquer referencia, não é estranho? Como assim não realizamos nada, não passamos num concurso, escrevemos um artigo, fomos citados, ou fizemos algo de significativo? Só quem realiza gera evidências. Logo, se você fez algo relevante - está no Google. E se não tiver nada realmente, preocupe-se! Isso não é mais privacidade, mas sim ausência de referências sobre você. Não estar no Google hoje em dia, nos passa a sensação de “não existir”. Ter uma história para contar e que esteja de certa forma catalogada na internet, mostra que não viemos ao mundo a passeio.
Tudo bem que muita coisa que a gente quer esquecer - o Google não deixa. Como algum post que deixamos, carreira que tivemos, ou até um casamento que não é mais nosso. Sinceramente as colunas sociais podiam ter prazos de validade cybernético!
Agora pensemos no vício do Facebook. Hoje me vejo tendo frases, imagens e comentários automáticos para serem postados nesse grande mural feliz. Mas, se formos parar para pensar, será que essas redes de certa forma não nos cobram um pouco mais de fazermos algo com nossas vidas? Passamos a prestar conta virtualmente com a sociedade de pessoas felizes, bonitas, que viajam, curtem a vida, sabem dos acontecimentos do mundo, e que se mobilizam por eles. Esse “prestar conta virtual” pode ser uma fonte para uma vida não linearmente comum. Será?
É mundo “muderno”, “muderníssimo”! E vivemos nele, baby. Mas, como tudo na vida, “balance” é o caminho certo. Ninguém quer saber se você acordou, se você vai sair de casa, se você comeu arroz com feijão, muito menos se “peidou”! Hello!! Tem gente que dá um espirro e coloca na internet! Educação virtual, por favor, chega dessa “carência”. Na boa, para quê postar carinhas como: :-), :-(, nas redes? Ou qualquer coisa relevantemente inútil? O legal dessas redes é poder entreter, aproximar as relações, interagir e compartilhar das vidas de pessoas que fazem parte da nossa história, ou até gerar relações futuras, mas não compartilhar da inutilidade da vida alheia.
Tenho certeza que essas redes sociais, a conectividade e a evidência pública virtual de nós mesmos, mudarão muitos de nossos comportamentos. Por isso, saibamos utilizá-las para o bem e diversão. E já que somos grandes murais do mundo, então que seja no ritmo de Gonzaguinha, onde: “Viver é não ter a vergonha de ser feliz! Postar, postar e postar a beleza de ser um eterno aprendiz!”

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

ENTREVISTA PARA TV SOBRE LEITURA DINÂMICA


Fotos da Coach Sonia Corujo no Programa de entrevista "Show Mais" de Darcio Arruda pela TV+ sobre Leitura Dinâmica em 24/02/2011 em São Paulo.



Veja o programa no link http://www.redetvmais.com.br/showmais/index.asp?idshow=619

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Para uma qualidade de vida melhor!!

Enquanto não surgem remédios para a memória, há outros meios para melhorar a evocação.

Segundo um novo estudo, atividades para manter o cérebro ativo, como ler, escrever e jogar cartas podem retardar problemas de memória também definido como demência.Demência é um declínio nas capacidades mentais, especialmente na memória e no funcionamento, que podem causar doenças específicas como Mal de Alzheimer e Parkinson, e também derrame e infecções no cérebro.

Embora a genética seja a principal suspeita na demência, muitos estudos estão mostrando que fatores do estilo de vida também podem agravar e talvez desencadear os problemas.


Um novo estudo, detalhado na edição de 4 de agosto da revista Neurology, envolveu 488 pessoas entre 75 a 85 anos que não tinham demência no começo do estudo. Elas foram acompanhadas por uma média de cinco anos, e durante esse tempo, 101 pessoas desenvolveram a demência.

No começo do estudo, pessoas relataram a freqüência em que eles participavam de sete atividades de lazer em que ocupavam o cérebro: leitura, escrita, fazer palavras cruzadas, quebra cabeças, jogos de tabuleiros ou cartas, participar de grupos de discussão, escutar músicas e dançar.

Para cada atividade, a participação diária era calculada com sete pontos, vários dias por semana pontuavam quatro, uma participação semanal era um ponto. Para aqueles que desenvolveram a demência mais tarde, os pontos na média eram o total de sete, significando que eles participavam de uma das sete atividades a cada dia, na média.


Os pesquisadores analisaram quando a perda de memória começava a acelerar rapidamente nos participantes. Eles encontraram que cada atividade adicional que a pessoa participava, a perda da memória era retardada em 0.18 anos ou cerca de nove semanas.

Outros aspectos do estilo de vida das pessoas também foram vinculados a menos problemas de memória como a demência, Alzheimer e definhamento cognitivo normais da idade:

Controlar o estresse sem ficar ansioso pode ter menos problemas de memórias e concentração nos estudos. Exercícios mantêm a mente mais jovem, assim como o corpo em forma por meio da circulação de sangue no cérebro e liberação de endorfinas. Leituras e pesquisas na internet são atividades que mantém o cérebro ativo por explorar grande parte do sistema cerebral numa variedade de escolhas, visualizações e sonhos para fazer.

Sair da rotina é outra atividade cerebral para ativar áreas que normalmente não estão em evidência.

Agora Amigos, saiam da rotina, estudem e leiam sempre para adiar a perda da memória, ativa-la e melhorar o poder de concentração.

Sorte!

por sonia corujo by Dinamicaleitura

sábado, 29 de janeiro de 2011

Como conseguir manter o foco nas prioridades e dar conta das responsabilidades profissionais ?



Desanimo e falta de concentração!!

A falta de vontade de ler pode ser sinônima de falta de estímulos, isto ocorre quando lemos em baixa velocidade e sem envolvimento com o que estamos fazendo.

Fica mais difícil acompanharmos nossa velocidade de pensamento poque estamos em desalinho.

Devido esse processo progressivo, ficamos sujeitos às dispersões ( fulgas), às interferências internas ( nossos pensamentos) e externas (sons e conversas) modificando o foco, compreensão e o entendimento do que foi lido, nos obrigando,retornar ao início do trecho em estudo por várias vezes.

Ocorrendo sempre essa situação, vamos adquirindo mais e mais vícios de leitura minando nosso pensamento com informações erradas do aprendizado para nossa memória definitva(MLP). Então, quando os nossos esforços não produzem os resultados positivos esperados e não, correspondendo às expectativas, acabamos gerando stress, desistência do que esta sendo feito e gerando um grande desconforto (culpa).

Sabendo usar suas ferramentas cerebrais, o sucesso será garantido!!

Dinamicaleitura , seu Fitness Cerebral !!

Dinamicaleitura, torna a função de estudar ou ler, mais rápido, mais estimulante e eficaz, além de melhorar a compreensão, concentração, retenção das informações e concluir sempre a leitura.

NOTA: Os Benefícios da Dinamicaleitura no Jornal Folha Dirigida http://leituradnmca-soniacorujo.blogspot.com e com mais duas (2)vantagens: 2 dias de apoio (8h) e reciclagem inteiramente grátis (12h), no período de 1 ano.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Para ler mais e melhor, em menos tempo!



LEIT DNMCA Training, com Concentração - torna a função de estudar ou ler, mais rápido, mais estimulante e eficaz, além de melhorar a compreensão, concentração, retenção das informações e concluir sempre a leitura.



Um abraço,
da equipe Dinamicaleitura.
021-2255-1919
Contato@dinamicaleitura.com.br
www.dinamicaleitura.com.br
http://leituradnmca-soniacorujo.blogspot.com

sábado, 22 de janeiro de 2011

ih, esqueci (que bom) !!!!


ih, esqueci (que bom) !!!!

FALSO

A perda de memória é diretamente proporcional à idade. Ao contrário do que se imagina, 70% das pessoas com mais de 70 anos não têm problemas de memória.

VERDADEIRO

Mente ativa e sociabilidade preservam a memória. O único remédio capaz de manter a memória saudável é a leitura, aliada a uma vida social saudável. De nada adianta ler e não ter com quem trocar suas percepções e gostos. O neurocientista Iván Izquierdo defende que oesquecimento é fundamental para a sobrevivência.

"O aspecto mais notável da memória é o esquecimento." A citação provém do mesmo neurocientista que identificou a existência das memórias de longa e curta duração.

Contraditório? Iván Izquierdo garante que não.

Em entrevista, ele diz que o esquecimento é fundamental para a perpetuação da espécie -do contrário, ao se lembrarem da dor do parto, as mulheres não teriam mais filhos, ou simplesmente passaríamos a vida fazendo coisas que não nos interessam.

Ele mesmo garante que já se esqueceu da eliminação da Argentina na Copa. "Me lembrarei apenas de que foi um jogão."

  • Deseja saber mais da matéria acima? Escreva para contato@dinamicaleitura.com.br Nós do Dinamicaleitura, teremos prazer em compartilhar esse texto na integra
Um abraço,